quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Pérola Byington: RESISTÊNCIA FEMINISTA!




Durante todo o mês de outubro, um grupo autodenominado “pró-vida” se reuniu em frente ao Hospital Pérola Byington, no centro de São Paulo, para realizar uma vigília de 40 dias pelo fim do aborto. Além de rezarem, os integrantes do grupo assediavam e intimidavam funcionárias/os e pacientes do hospital, referência em atendimento a mulheres e crianças vítimas de violência sexual e que realiza abortamentos para casos previstos por lei: em caso de estupros, fetos anencéfalos e risco de morte materna.
No dia 21 de outubro, o grupo anti-aborto agrediu uma vítima de estupro coletivo que tentou dialogar com eles. Desde então, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro se juntou a moradores e outros grupos em vigília constante no local para assegurar o direito de mulheres e crianças em receberem atendimento no hospital, bem como garantir a segurança desses pacientes e dos funcionários.
O CFCAM ainda organizou uma roda de conversa, no dia 02 de novembro, com o tema “Corpo laico, vida secular", que contou com a participação de Nanda Duarte (ativista pelo direito ao aborto seguro e mestre em saúde pública), Gabriella Prado (psicóloga comportamental, membra do Coletivo feminista da USJT e do CFCAM) e a Miriane (médica residente).
Em conjunto com a comunidade, as convidadas debateram sobre o aborto e suas implicações médicas e psicológicas, a necessidade de descriminalização para garantir o acesso seguro a todas as mulheres e, além disso, conversaram sobre a importância do feminismo para combater projetos reacionários com relação a saúde da mulher. Ademais, temas como gravidez, autonomia e sexualidade rodearam a conversa.
Com essa iniciativa nós buscamos o reconhecimento do trabalho para demonstrar a importância do Hospital Pérola Byington, cuja maior parte dos atendimentos são feitos em crianças vítimas de abuso sexual, e lutamos para que o direito ao aborto nos casos previstos por lei sejam respeitados e assegurados a todas as mulheres e em todo o Sistema Único de Saúde (SUS).
Por tudo isso, nós reiteramos a importância da descriminalização e legalização do aborto – em geral – como forma de assegurar os direitos individuais das mulheres sobre o próprio corpo e transformar a posição da mulher dentro da nossa sociedade.
Sabendo que a criminalização do aborto é mais uma forma de controlar as mulheres trabalhadoras, principalmente as mulheres negras e periféricas, reforçamos que o aborto legal, seguro e gratuito na rede pública é uma questão social e política fundamental.

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